Faço aniversário no primeiro dia de novembro. O dia seguinte, dia 02, é um dia “vestido de saudade viva”. Meu aniversário é como festejar a véspera da morte…
Já tenho pensado muito sobre o Dia de Finados. Houve quem me dissesse que é o dia da igualdade… todos se igualam na morte!
A morte, verdadeiramente, é um momento estranho. Quase sempre é inesperada e “reúne tudo quanto é ser vivo num só rebanho de condenados” (Chicó).
Se somos iguais na morte, o que nos resta é sermos diferentes em vida.
Aos que hoje estão lamentando a morte dos “26 de MG”, todo respeito.
Lembro, porém, que, em vida, estavam reunidos e fortemente armados, dispostos a colocar várias pessoas num só rebanho de condenados…
Flores a eles, milhares de flores, eu aceito!
É muito melhor do que flores às vítimas deles, ao pai, à mãe, ao filho que ainda não se juntaram “ao rebanho de condenados” graças à intervenção da PM-MG e da PRF MG.
Muitos são condenados pela sorte, pela doença ou pela idade, mas ninguém tem o direito de condenar outrem, pela sanha do dinheiro.
A morte não iguala ninguém. Definitivamente, não tem como dizer que morrer empunhando uma arma de calibre .50, disposto a matar policiais e cidadãos, seja igual a morrer no capus de uma pick-up, feito escudo humano.
Ao rebanho de condenados que se propõem a combater a violência urbana, minha singela e verdadeira homenagem.
Gerlandio Gomes, pai, filho e delegado de polícia do Estado de Sergipe, orgulhosamente.