Após o tumulto, lojista decidiu entregar a mercadoria para que a prefeitura da capital distribua a instituições carentes.
Anúncio de descarte de sapatos em loja do Centro de Aracaju gerou aglomeração nesta quinta-feira (23) — Foto: Cleverton Macedo/TV Sergipe
Uma aglomeração de pessoas se formou por cerca de duas horas, na manhã desta quinta-feira (23), em frente a uma loja de calçados localizada na Rua São Cristóvão, no Centro de Aracaju, motivada pelo anúncio de descarte dos produtos pelo dono do estabelecimento, que está fechado desde o fim de março por causa da pandemia do novo coronavírus. A Polícia Militar esteve no local para tentar controlar o tumulto e o lojista suspendeu a ação e disse que vai entregar a mercadoria para que a prefeitura da capital distribua a instituições carentes.
De acordo com o proprietário, Edmundo Xavier, seriam descartados cerca de 300 pares de sapatos e bolsas, que estragaram durante o tempo que ficaram guardados. O prejuízo é de cerca R$ 40 mil. “Eu não estou me manifestando, estou descartando mercadoria. Não posso vender para o meu cliente, então tô descartando, só que esse descarte vazou e as pessoas ficaram sabendo”.
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Empresário Edmundo Xavier — Foto: Cleverton Macedo/TV Sergipe
O empresário chama atenção para a situação dos lojistas por causa do fechamento do comércio. “Nossa situação se tornou muito crítica, muito difícil. Eu só vivo dessa renda. Concordo em parte com não abrir, mas temos contas a pagar. Eu entrei na folha de desoneração, não permiti que nenhum funcionário fosse demitido. Nenhum empresário pretende demitir. Ninguém está socorrendo a minha família. Pra eu sobreviver hoje, pagar minhas contas, fui no banco e peguei um empréstimo. Se não fosse isso, estaria passando necessidade. Muitos estados estão abrindo, respeitando. Estamos dispostos a respeitar, usar álcool em gel, deixar que entre só um cliente por vez”, disse Xavier.
A Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese) informou que mais de 18.579 pedidos de seguro-desemprego foram feitos entre março e junho no estado. “Fomos informados pelos cinco shoppings que cerca de 200 lojas fecharam definitivamente durante a pandemia”, disse o vice-presidente do órgão, Robson Pereira. Segundo ele, ainda não é possível dizer quantas empresas fecharam no estado.
Plano de Retomada da Economia
Em junho, o governo do estado apresentou o Plano de Retomada da Economia, com flexibilização de abertura de estabelecimentos considerados não essenciais. No dia 29, teve início a primeira fase, permitindo o funcionamento de algumas clínicas, escritórios, lojas de cosmético, templos religiosos e salões de beleza e atividades de desporto. Mas no dia 7 de julho, a Justiça Federal determinou o fechamento por entender que a Portaria 86/2020 do governo contraria o próprio Decreto Estadual, quando liberou as atividades previstas no plano.A gestão estadual informou que está reavaliando a situação.
Via G1/SE